Fabulista grego, nascido em fins
do século VI, a.C, na cidade de Phyrgia,
na Ásia Menor, Esopo foi escravo e Samos e morreu tragicamente, em DELPHOS.
Sobre sua morte conta-se que, encarregado de levar oferendas ao templo de
DELPHOS, descobriu a fraude dos sacerdotes de APOLO.
Os sacerdotes se vingaram,
escondendo em sua bagagem uma taça de ouro consagrada ao deus, acusando-o de
tê-la roubado, o que terminou por condenar ESOPO a ser precipitado de alto de
um rochedo. ESOPO tinha aspecto feio, era corcunda e gaguejava. Dono de uma inteligência
privilegiada, aliada a um espírito sutil e engenhoso, era bastante invejado. Quando
foi alforriado, viajou pelo Egito, Babilônia e Oriente, aumentando seus
conhecimentos.
ESOPO é muitíssimo conhecido
pelas pequenas histórias de caráter alegórico e moral onde os animais desempenham
papeis, as chamadas “Fábulas Exóticas”. Uma passagem marcante da vida do fértil
fabulista, conhecida como “AS LÍNGUAS DE ESOPO”, é hoje usada para indicar algo
que pode ser analisado com conclusões antagônicas, isto é, alguma que pode ser
tomada sob dois aspectos opostos, dando margem ao louvor e à crítica.
Certo dia XANTO, o ultimo amo a
quem ESOPO serviu como escravo, querendo oferecer um suntuoso almoço, pediu a
ele para comprar no mercado o que de melhor encontrasse. ESOPO comprou apenas línguas,
que mandou cozinhar de diversos modos. Os comensais, logicamente, se
aborreceram e indagaram a ESOPO sobre o significado daquilo. ESOPO, prontamente
respondeu: “Existe coisa melhor do a língua? Ela é o vinculo da vida civil, a
chave da ciência, órgão da verdade e da razão.
Por meio dela, constroem e policiam-se as cidades, instrui-se, persuade-se e domina-se
nas assembleias; cumpre-se o primeiro de todos os deveres que é louvar a Deus”.
XANTO, tentando confundir e embaraçar
ESOPO mandou-o comprar no dia seguinte, o que houvesse de pior no mercado. E,
novamente, ESOPO comprou língua. O fabulista, outra vez interpelado, disse: “A
língua, é a pior coisa que há no mundo. É a mãe as questões, a origem de todos
os processos, a fonte das discórdias e das guerras”. Se ela é o órgão da
verdade, é também a do erro e, pior ainda, da infâmia e da calunia. Por intermédio
dela, destroem as cidades e seres humanos. Se por um lado louva os deuses e
poderosos, por outro é o órgão da blasfêmia e da impiedade.
Hoje, a humanidade continua sendo
servida de línguas...
Mas, quais as que têm
prevalecido?
As piores ou as melhores?