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9 de junho de 2012

>Sem palavras

Minas, belezas e tradições (Imagens:arquivo pessoal)
Região de Viçosa
Região do Estouro


Continuação
Rio do ouro nos fundos da Fazenda Brigadeiro
Rio Araponga
Olha que maravilha!
Rio do ouro
Cachoeira do Natalino
Abacate de cacho
Doce de goiabada
Biscoito de polvilho nineiro
Fazenda Serra do Brigadeiro
Mata em frente da Fazenda

Todas as imagens (veja o vídeo) aqui postados pertencem ao arquivo pessoal do autor

1 de junho de 2012

>O mercado e o homem

http://kidureza.blogspot.com
Arquivo pessoal
Por: Thaís F. Araújo

Karl Polanyi (KP) faz neste capítulo uma critica as leis do mercado auto-regulado. Nas sociedades primitivas havia o mercado, porém esses mercados eram itens acessórios da sociedade. E nessas sociedades não havia o medo da fome, que segundo KP era a única maneira de fazer com que o homem se submetesse as vontades do mercado.

Passa-se então a enxergar o trabalho, a terra e a moeda como mercadorias, pois estes são elementos essenciais para a indústria “Tradicionalmente, a terra e o trabalho não são separados. O trabalho é parte da vida, a terra continua sendo parte da natureza, a terra e a natureza formam um todo articulado [...] A função econômica é apenas uma entre as muitas funções vitais da terra. Esta dá estabilidade e vida ao homem; é o local de sua habitação, é a condição da sua segurança física, é a paisagem e as estações do ano. Imaginar a vida sem a terra é o mesmo que imaginá-lo nascendo sem mãos e pés” (p.181)

Retirar do homem as suas formas de subsistência era fazer com que ele cedesse aos interesses do mercado. Se havia então a necessidade de produzir deveria haver juntamente quem comprasse essas mercadorias e assim estariam estabelecidos os consumidores para a nova classe dominante.

A Revolução Industrial surgiu como a materialização da idéia de mercado auto-regulado. E a desarticulação social era a melhor forma de se alcançar a riqueza. Submetendo os pobres ao seu maior medo- a fome. Esse novo modelo de sociedade coloca as pessoas frente a cada vez maiores necessidades.
Com a visível exploração dos trabalhadores, por uma relação contratual não regulada, seria segundo Polanyi, inevitável que essa regulação surgisse. O que ocorreu durante os séculos XIX e XX.

Como uma reação de autodefesa da sociedade surgiu o sindicalismo, as legislações sociais, o protecionismo agrícola e etc. Havia entre os trabalhadores o desejo de manter uma proporcionalidade nos salários. Quanto maior o valor do produto, maiores deveriam ser os salários dos operários, que lutavam também por melhores condições de trabalho.

Porém os trabalhadores não eram o fator mais importante nos resultados obtidos, e o silêncio destes trabalhadores que fez com que a Inglaterra se diferenciasse das demais economias do ocidente. A classe trabalhadora britânica passou por diversos momentos tanto bons como ruins. A classe trabalhadora britânica foi usada como motivo para diversas conquistas, mas foi pouco participativa nessas decisões.

Owen, um grande industrial e filantropo foi capaz de mobilizar a classe trabalhadora em torno do Parlamento para a criação e aprovação da “Carta do Povo” (documento redigido por Lovett em 1838), cujas exigências visavam à democratização da ordem estatal da Inglaterra. Incluía seis pontos: sufrágio universal masculino, distritos eleitorais iguais, parlamentos anuais, remuneração dos parlamentares, voto secreto e nenhuma exigência de propriedade para pertencer ao parlamento. Owen defendia a unificação das classes trabalhadoras.

Atualmente há uma grande preocupação em se separar o trabalho, a moeda e a terra das leis de valores do mercado.

Vejamos a natureza, a terra passa a ter na sociedade contemporânea um novo significado, já que por ser ela um bem finito não pode estar sujeitas as vontades do mercado irrestritamente. Então os programas de preservação da natureza, de planejamento sustentável estão cada vez mais em alta. A flexibilização do trabalho é algo cada vez mais presente na sociedade. Hoje uma mercadoria não é mais vista pelo tempo que demorou a ser produzida ou pela força empregada, pois a inteligência e a criatividade são os maiores bens empregados no processo mercadoria-trabalho.

Portanto não há mais um indivíduo único que trabalha por si e valoriza o seu trabalho. Há um bem coletivo. Que deve se preservado e respeitado. As relações de trabalho também sofrem constantes mudanças, com a classe trabalhadora se organizando e impondo sua voz na criação de novas leis. Os sindicatos se transformaram em uma grande estrutura política. Com voz ativa dentro das relações trabalhistas.

Thais F. Araújo, é Servidora Pública,
Técnica de Enfermagem e estudante 
de Direito da PUCC/Campinas -SP

23 de maio de 2012

>O beija-flor

Imagem/ J Araújo
Há alguns dias quando cheguei ao consultório do meu dentista, deparei com essa cena inusitada. Na recepção se encontrava um lindo beija-flor de uma cor azulada forte, voando na pequena sala.
Quem olhasse achava que o mesmo estava feliz, pois, voava de um lado para outro e, de vez quando pousava nas pás do ventilador de teto que se encontrava desligado, naturalmente.
Veja bem, na imagem abaixo temos a impressão que o mesmo está em plena atividade sugando o néctar de uma flor, o que não é verdade, é apenas o suporte da lâmpada.
Imagem/ J Araújo
Corri no carro e tentei fotografá-lo com minha câmera, descobri que havia me esquecido de recarregar a bateria da mesma. Tentei com a câmera do consultório, mas, devido a minha falta de familiaridade com o equipamento as fotos não saíram de boa qualidade.
O pobre beija-flor já estava exausto naquele ambiente, estressado quase ao extremo, precisávamos fazer alguma coisa para livrá-lo do “cativeiro” improvisado aonde o mesmo se encontrava. Infelizmente aquele ser frágil e delicado havia entrado em um ambiente estranho e não conseguia voar abaixo do teto para encontrar a porta de saída.
Imagem/ J Araújo

Quando meu "torturador" terminou de atender-me, sai da sala imediatamente, peguei uma cadeira, ergui a mesma com paciência, tive um pouco de sorte, o dito cujo pousou.  Com isso me possibilitou abaixar a mesma com muito cuidado levando-a até próximo à porta onde o mesmo voou livre como todos os pássaros deveriam ser.
A secretária, minha amiga, Claudia disse: “ainda bem que você conseguiu, senão íamos trancar o consultório com ele aí dentro. Fiquei imaginando aquela pobre ave durante quatro dias, já que era uma sexta-feira, e o consultório voltaria a reabrir somente na terça. 
Seria injusto não fazer alguma coisa para salva-lo tirando-o daquele ambiente sem água e sem comida, seria decretar sua morte. Ufa! Ainda bem que consegui e fez um bem danado para meu ego. Sorte sua beija-flor.

1 de maio de 2012

>Compre ouro

Google
“Aconselho-te que compres de mim ouro provado no fogo, para ficares rico; roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro”. Fique tranqüilo, não se assuste, eu particularmente, não estou vendendo nada; o texto acima é de alguém Todo Poderoso que tudo pode por você. Caso se interesse pelo assunto ele será encontrado em Apocalipse Capitulo 3; Versículo 18.

Mas lendo o texto assim sem uma explicação mais aprofundada parece de difícil compreensão. Então vamos lá! Deus está te aconselhando que você adquira o conhecimento da palavra que significa o (ouro) que é provado pelo Espírito Santo (fogo) para ficar rico de conhecimento e sabedoria.

A roupa alva significa a pureza do Espírito Santo, isto quer dizer que nós devemos andar de acordo com a palavra de Deus. A nudez a que deus se refere significa aquela pessoa vazia que chegando diante de Deus não tem nada; está simplesmente cheia de pecado.

Faça uma aliança com Deus enquanto é tempo. Ao contrário, aquele que andou nos caminhos do Senhor ao chegar diante de Deus ele vai ver em você  a presença do seu filho Jesus. Não duvides disso, porque a Bíblia ensina que o homem foi feito a sua imagem e semelhança (Genesis 1; 26). O colírio é ver através dos olhos do Espírito Santo que te faz trilhar os caminhos  que  te leva a Deus te mostrando, te  guiando em nome de Jesus. 

Jesus continua, Ele disse: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa (coração)e cearemos, eu com ele e ele comigo. Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. Quem tiver ouvidos ouça...” Apocalipse 3; 20,21 e 22.

Não sei qual sua religião nem preciso saber, até porque Jesus quando andou pelo mundo não pregou nenhuma religião, isso foi invenção do homem, mas sim a palavra de Deus. Ele veio para nos ensinar  a obediência ao Pai. Quando orares diga: PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o teu nome... (Mateus 6; 10), Seja feita a vossa vontade...  e não a nossa. Em nenhum momento Jesus professou essa ou aquela religião.
Ta esperando o que?
(*) J Araújo

24 de abril de 2012

>Sozinho com o silencio


Arquivo pessoal

A vida é uma teia que nos prende a variações para as quais, muitas vezes, não estamos preparados para sair antes de sermos enrolados em uma especie de seda.

Existem momentos em nossas vidas que o melhor a fazer é ficarmos sozinhos. Esse é um momento nosso, onde vagamos através dos pensamentos. 

Viajamos no tempo e no espaço, voltamos ao passado onde seria impossível se estivesse alguém ao nosso lado. O silencio invade nossa alma enquanto ouvimos a sua voz.

Se acompanhados somos, muitas vezes, interrompidos bruscamente em nossas divagações. Por isso, nossos momentos solitários são tão importantes para nossa reflexão.

A vantagem é que no pensamento somos livres, podemos pensar o que quisermos sem ninguém para nos criticar. Somente Deus sabe o que pensa cada um de nós.

(*) J Araújo

13 de abril de 2012

>A carta do Zé


J Araújo
Arquivo pessoal
Luis,
Quanto tempo. Sou o Zé, seu colega de ginásio, que chegava sempre atrasado, pois a Kombi que pegava no ponto perto do sítio atrasava um pouco. Lembra, né, o do sapato sujo. A professora nunca entendeu que tinha de caminhar 4 km até o ponto da Kombi na ida e volta e o sapato sujava.

Lembra? Se não, sou o Zé com sono… hehe. A Kombi parava às onze da noite no ponto de volta, e com a caminhada ia dormi lá pela uma, e o pai precisava de ajuda para ordenhá as vaca às 5h30 toda manhã. Dava um sono. Agora lembra, né Luis?!

Pois é. Tô pensando em mudá ai com você.
Não que seja ruim o sítio, aqui é uma maravilha. Mato, passarinho, ar bom. Só que acho que tô estragando a vida de você Luis, e teus amigo ai na cidade. To vendo todo mundo fala que nóis da agricultura estamo destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sitio do pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que pará de estuda) fica só a meia hora ai da Capital, e depois dos 4 km a pé, só 10 minuto da sede do município. Mas continuo sem Luz porque os Poste não podem passar por uma tal de APPA que criaram aqui. A água vem do poço, uma maravilha, mas um homem veio e falo que tenho que faze uma outorga e paga uma taxa de uso, porque a água vai acabá. Se falo deve ser verdade.

Pra ajudá com as 12 vaca de leite (o pai foi, né …) contratei o Juca, filho do vizinho, carteira assinada, salário mínimo, morava no fundo de casa, comia com a gente, tudo de bão. Mas também veio outro homem aqui, e falo que se o Juca fosse ordenha as 5:30 tinha que recebe mais, e não podia trabalha sábado e domingo (mas as vaca não param de faze leite no fim de semana).

Também visito a casinha dele, e disse que o beliche tava 2 cm menor do que devia, e a lâmpada (tenho gerador, não te contei !) estava em cima do fogão era do tipo que se esquentasse podia explodi (não entendi ?). A comida que nóis fazia junto tinha que faze parte do salário dele. Bom, Luis tive que pedi pro Juca voltá pra casa, desempregado, mas protegido agora pelo tal homem. Só que acho que não deu certo, soube que foi preso na cidade roubando comida. Do tal homem que veio protege ele, não sei se tava junto.

Na Capital também é assim né, Luis? Tua empregada vai pra uma casa boa toda noite, de carro, tranquila. Você não deixa ela morá nas tal favela, ou beira de rio, porque senão te multam ou o homem vai aí mandar você dar casa boa, e um montão de outras coisa. É tudo igual aí né?

Mas agora, eu e a Maria (lembra dela, casei ) fazemo a ordenha as 5:30, levamo o leite de carroça até onde era o ponto da Kombi, e a cooperativa pega todo dia, se não chove. Se chove, perco o leite e dô pros porco.

Té que o Juca fez economia pra nóis, pois antes me sobrava só um salário por mês, e agora eu e Maria temos sobrado dois salário por mês. Melhoro. Os porco não, pois também veio outro homem e disse que a distancia do Rio não podia ser 20 metro e tinha que derruba tudo e fazer a 30 metro. Também colocá umas coisa pra protege o Rio. Achei que ele tava certo e disse que ia fazê, e sozinho ia demorá uns trinta dia, só que mesmo assim ele me multo, e pra pagá vendi os porco e a pocilga, e fiquei só com as vaca. O promotor disse que desta vez por este crime não vai me prendê, e fez eu dá cesta básica pro orfanato.

O Luis, ai quando vocês sujam o Rio também paga multa né?

Agora a água do poço posso pagá, mas to preocupado com a água do Rio. Todo ele aqui deve ser como na tua cidade Luis, protegido, tem mato dos dois lado, as vaca não chegam nele, não tem erosão, a pocilga acabo …. Só que algo tá errado, pois ele fede e a água é preta e já subi o Rio até a divisa da Capital, e ele vem todo sujo e fedendo ai da tua terra.

Mas vocês não fazem isto né Luis. Pois aqui a multa é grande, e dá prisão.
Cortá árvore então, vige. Tinha uma árvore grande que murcho e ia morre, então pedi pra eu tira, aproveitá a madeira pois até podia cair em cima da casa. Como ninguém respondeu ai do escritório que fui, pedi na Capital (não tem aqui não), depois de uns 8 mes, quando a árvore morreu e tava apodrecendo, resolvi tirar, e veja Luis, no outro dia já tinha um fiscal aqui e levei uma multa. Acho que desta vez me prende.

Tô preocupado Luis, pois no radio deu que a nova Lei vai dá multa de 500,00 a 20.000,00 por hectare  e por dia da propriedade que tenha algo errado por aqui. Calculei por 500,00 e vi que perco o sitio em uma semana. Então é melhor vende, e ir morá onde todo mundo cuida da ecologia, pois não tem multa ai. Tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazê nada errado, só falei das coisa por ter certeza que a Lei é pra todos nois.

E vou morar com vc, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usá o dinheiro primeiro pra compra aquela coisa branca, a geladeira, que aqui no sitio eu encho com tudo que produzo na roça, no pomar, com as vaquinha, e ai na cidade, diz que é fácil, é só abri e a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nóis, os criminoso aqui da roça.

Até Luis.

Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas não conte até eu vendê o sitio.

(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desiqual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

Luciano Pizzatto (*) É engenheiro florestal, especialista em direito socioambiental. 

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