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A saga de uma figueira

Arquivo pessoal

Existia uma arvore centenária (foto a direita) em uma importante avenida da cidade. A morte dela começou a se desenhar quando os homens de negócio começaram a pensar na construção de um grande empreendimento comercial, no local onde antes ela reinava absoluta no meio de um pasto. Essa arvore se destacava naquele local. Produziu alimento, por meio de seus frutos e serviu de abrigo para ninhos de várias espécies de pássaros e deu sombra para o gado que descansava embaixo de sua copa frondosa. 

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O tempo passou e, quando decidiram construir o tal empreendimento ela não conseguiu resistir ao progresso. Antes rodeada por uma vegetação que servia de proteção para suas raízes, um dia se viu a vegetação ser substituída por concreto. Seus galhos foram podados radicalmente e isso era tudo muito sufocante para quem vivia ali a dezenas de anos em um ambiente selvagem.

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Com todas estas modificações sua respiração começou a ficar cada vez mais difícil, porque aqueles que disseram estar cuidando para melhorar sua aparência resolveram cortar cada vez mais galhos, mal sabendo que aquilo era o início de uma morte lenta. Hoje os restos mortais da mesma estão ‘deitados no solo’ estacionamento do Shopping Center. O urubu sentindo talvez o cheiro do ‘cadáver’, antes da moto serra cortar o troco já sem vida logo veio conferir a morte da velha figueira. Assim o homem por onde passa, na maioria das vezes vai deixando seu rastro de destruição em nome do progresso.

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Na data de hoje 20/08/2015, o Shopping Parque das Bandeiras, na tentativa de justificar o injustificável, cercou o local onde existia a figueira que foi brutalmente 'assassinada' e com um texto de autopromoção tenta convencer a todos os que conheciam a figueira antes da tamanha mutilação.

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