Arquivo pessoal |
Um dia dexei minha terra uma tanto contra a vontade pra fazê o gosto do fio vim quele pra cidade. Falaro tanto de uma tal metrope disque tudo era bunito de se vê. Era tudo iluminado, até parecia o céu istrelado de tanta luz nada que se comparasse com meu campo quera puro mataréu.
E eu um tanto veio e cansado pensei: vou encará mais esse disafio ... parti de mala e cuia; tranquei os resto dos trem com chave na minha tuia. Quando nóis disinbarcarmo, minha impressão já não foi la muito boa diz que nessa tal metrope se roba e se mata atoa.
Apiamo numa tal rodoviara eu nem cunhicia isso é gente pra todo lado, gente inté, gente sentada, tinha inté gente deitada inté pra andá atrapaia é uma correria só, parece que ninguém trabaia. parece praga, ninguém qué andá a pé é um trombano no outo veio, criança e muié.
Aqui tem cada coisa! cada uma mais istranha; fiquei abismado, tem muié com nome de peixe tem e homem com nome de bicho qui tem lá no meu serrado. A gente num sabe que é, muié que parece home e home quinem muié.
preciso vortá correno pra minha terra de novo. Nunca vô mi acustumá com o jeito desse povo. dispois dessa viaje, precisava com urgença fazê minha necessidades, oi ei pra todo lado vi que nuntinha lugá.
Nun tinha mato, nun tinha moita. Cunvesa vai, cunvesa vem e eu morreno de pressa discubri que precisava entrá num tal de banheiro coletivo pra variá, caquele montão de gente inda tinha qui pagá. Eu achei quera sozinho na hora da gente intrá. Mais o que mim cabrunhou mesmo, foi vê criança pidindo ismola. Num era pra santo ni nhum, mais o que divia mesmo é ta tudo na iscola. Eu mesmo nunca istudei mais sempre iscuto falá, que o Brasil só vai pra frente se as criança de hoje istudá.
Aqui nessa tal metrope rio a gente não se vê quando vê é muito sujo a água num dá pra beber. Diz que é a tal poluição, eu nunca vi falá nisso. Aqui, a agua qui a gente bebe sai de uma tal torneira, no meu sitio num tem isso, ela vem da cachuera. a gente inda fica iscutando um monte de gente falá qui os rio ta morrendo pricisa da gente cuidá. Fiquei matutando comigo mais rio morre. Qui povo ruim, mata inté rio.
Como posso fazê isso pra essa morte invitá...se aquele mundão de gente só sabe as água sujá. Num só um home letrado, mal sei rabiscá meu nome, mais com meu trabaio duro sei qui tô sempre ajundano o brasil matá a fome.
Sei qui já falei dimais. Obrigado\de mim iscutá! Já tô indo vô imbora, aqui num é meu lugá! Se gostô da minha prosa e quisê continuá vai aqui o meu convite. Dexa um pouco essa cidade e vem conhecê meu sitio que é o lugá pra discançá.
J Araújo 21/05/2004
Bem legal o teu causo, amigo Araujo. Essa história engraçada e pura mais a bela paisagem do teu post, transporta a gente para um outro Brasil; o Brasil da inocência.
ResponderExcluirUm abração. Tenhas um lindo fim de semana.
Amigo Araujo excelente post, é importante divulgar todas as culturas e realidades dos nossos países, elas são as nossas raízes.
ResponderExcluirBom fim de semana
Beijinhos
Maria