Lembra-se da pergunta da semana
passada? Alguém conhece este arbusto e sua fruta? Pois é, hoje para quem
não sabia ou ainda não sabe vou responder. Mas antes, preciso relembrar outras
lembranças daquela época e qual a relação com a fruta. Na comparação da
imagem entre uma e outra é os agrotóxicos usados na produção; podemos notar
claramente a diferença na imagem acima e na outra postagem
anterior sem agrotóxico onde perguntei o nome da fruta.
Na época o Brasil vivia em plena Ditadura
Militar. O país era governo a ferro e fogo. Nas escolas éramos obrigados
a fazer uma oração e a cantar o hino nacional. Os professores eram verdadeiras
autoridades nas salas de aula.
Aqueles que por acaso desobedecesse alguma
ordem era severamente castigado. Castigo físico mesmo, como por exemplo,
ajoelhar em caroço de milho, ter a orelha puxada ou torcida e por ai a fora.
Era chamado aquele período de anos de chumbo. Não se podia falar mal dos
governantes, aqueles que assim agissem era considerados subversivos.
Fiquei sabendo dessas histórias bem mais tarde. Eu tinha por volta de
doze a treze anos.
E não é que quatorze anos depois
realizei o sonho que tinha na sala de aula, servir as forças de segurança do
meu País. Sonho realizado dos anos 70 aos 80. Não pára por aí! Sonho realizado,
vamos voltar ao inicio desta história. Os castigos para os que mereciam, tinha
ainda, outro ingrediente, é aí que entra aquele arbusto.
A vara dele geralmente acompanhava a
professora em sala de aula. Felizmente nunca precisei apanhar com a vara tão
temida por todos. Mas vi colegas levar boas varadas por desobediência às ordens
emanadas daqueles mestres daquela época.
Quero dar os parabéns a Ana Freire do
blog Art
And Kits que acertaram
e Ivone do blog Levitar em Brancas Nuvens: é realmente o marmelo.
Não é uma fruta boa para comer in natura, mas a marmelada é deliciosa. O fruto do marmeleiro é muito rico em pectina e por
isso mesmo é um ótimo ingrediente para fazer geleias e compotas e marmeladas
preparadas mundo a fora. Na Espanha, o doce é conhecido como membrillo e
apreciado na companhia do tradicional queijo manchego. Na França a pasta de
marmelos leva o nome de cotignac.
Mas nem só de marmelada
vivem os marmelos no Velho Mundo. Por lá, receitas variadas utilizam a fruta
perfumada. Assados, fritos ou grelhados, combinam seu sabor suave e
adstringente com aves, carneiros ou vitelas. Na cozinha marroquina, é
ingrediente indispensável no preparo dos tradicionais tagines.
Trazidos para o Brasil pelos colonizadores portugueses, os marmeleiros se
adaptaram ao clima da antiga Capitania de São Vicente, onde hoje se localiza a
Serra da Mantiqueira. Em 1930, a marmelada chegou a ser o doce
industrializado mais consumido no país. Naquela época, o doce fabricado pela
confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro, circulava pelas mesas mais nobres da
capital carioca.
Atualmente, existe uma
pequena produção de marmelo nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul,
Paraná, Goiás, Bahia, São Paulo e Espírito Santo. Mas apesar dessa relativa
difusão geográfica, apenas a produção mineira é comercialmente importante e a
cidade de São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas, é considerada a capital do
marmelo, além de Marmelópolis
também naquele estado.
(a) J Araújo