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Imagem ilustrativa |
Você sabia que tudo começou na
China? – Há cerca de 3 mil anos, uma competição deu origem ao sorvete. Na
China, os cozinheiros do palácio real disputavam para eleger o inventor da
receita mais saborosa e original.
A iguaria vencedora foi uma
mistura de neve das montanhas, suco de frutas e mel, servida ainda gelada.
Quando a receita chegou à Itália – provavelmente pelas mãos do mercador Marco
Polo, no século 13 –, ganhou novos ingredientes, como o leite, e ficou famosa
entre os nobres.
O gelato italiano era restrito ao
ambiente palaciano até que, no século 16, começou a ser servido nos cafés de
Paris, a capital francesa, ícone do requinte. Após uma escala na Inglaterra, o
sorvete chegou aos Estados Unidos, em 1870.
E foi lá, com as novas técnicas
de refrigeração, que o produto ganhou produção industrial e conquistou
definitivamente o gosto popular. Os americanos criaram receitas como o
ice-cream soda e o sundae e até hoje disputam a autoria da primeira casquinha
com os italianos – responsáveis pela invenção do picolé no começo do século 20.
Antes de chegar ao palito, no
entanto, o sorvete veio para o Brasil. Em 1834 era feito com gelo importado dos
Estados Unidos e servido em “diferentes qualidades, tanto simples quanto
amanteigados”, conforme cita o cardápio de uma dupla de confeiteiros do Rio de
Janeiro, então capital do Brasil. No caminho inverso daquele percorrido na
Europa, a novidade foi das ruas para o palácio. Dom Pedro II, nos últimos anos
como monarca, deliciava-se com o sorvete artesanal sabor pitanga.
Durante décadas, a produção de
sorvete no Brasil permaneceu artesanal. Até a ameaça de guerra entre China e
Japão afugentar a empresa U.S. Harkson de Xangai para o Rio de Janeiro, em
1941.
Subsidiária de uma companhia
norte-americana, a indústria produzia ovos desidratados e, para compensar os
períodos em que a fábrica ficava ociosa – justamente no verão –, resolveu
inaugurar a produção de sorvetes. Foi um estrondo: 3 milhões de picolés vendidos
em apenas um fim de semana!
O sucesso feito lá na China se
repetiu no Brasil. Em 1942, começavam a circular no Rio de Janeiro os primeiros
carrinhos amarelos e azuis. Às cores, herança dos tempos em Xangai,
acrescentou-se o nome: Sorvex Kibon. Os dois primeiros lançamentos tornaram-se
clássicos: quem não conhece o cremoso Eskibon e o Chicabon, a delícia no
palito?
De lá para cá, a Kibon se tornou
uma das marcas queridas do Brasil, com uma família enorme de sorvetes que se
tornaram clássicos para crianças e adultos. Entre as delícias, chicabon,
tablito, frutilly, fruttare, Magnum e muito mais!