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15 de janeiro de 2024

O prazer de lidar com a terra não tem preço


Sitio ou chácara, precisa gostar muito para se sentir bem. O certo é você não depender das atividades ali desenvolvidas para sua sobrevivência. Deve ser exercida as atividades como uma terapia e não como meio de ganhar dinheiro, você ser dependente da produção ali desenvolvida.

Na maioria das vezes quem gosta mesmo são aqueles que nasceram na roça, (foram para a cidade, este é o meu caso) e resolveram voltar e isso não tem coisa melhor. Trabalho a hora que eu quero e quando quero. Não dependo financeiramente daqui e isso me deixa feliz de ter o prazer de lidar com a terra não tem preço.


12 de novembro de 2023

FERRAMENTA SIMPLES PARA PLANTIO DE GRÃOS

Alimentação animal: o milho é o principal ingrediente das rações animais, tanto para criações comerciais (suínos, aves e bovinos) como para animais domésticos (cães e gatos).

Alimentação humana: os diversos componentes do cereal, como amido, zeína, glúten e glicose, são utilizados para produção de farinhas, óleos, salgadinhos, corantes, adoçantes e estabilizantes.

Bebidas: derivados da frutose, xiltrol e xarope de milho servem como adoçantes de sucos e refrigerantes. A maltose também é empregada na indústria cervejeira.

Etanol: a produção de etanol de milho pode ser feita utilizando o cereal como matéria-prima, gerando tanto aquele utilizado nos motores dos veículos como o de uso industrial (alimentos, fármacos e outros).

Outros fins industriais: o cereal é utilizado por outros setores industriais para produção de bioplásticos (sacolas e utensílios), tintas, baterias elétricas, fogos de artifício, antibióticos e medicamentos, além de produtos de limpeza como sabonetes e detergentes.

6 de novembro de 2012

Curiosidade

A casa e seu puxadinho

Com o mineiro não tem miséria não, isso vale para a moradia quanto para o estomago. No tocante a moradia, o mineiro sonha em construir uma bela casa na roça com todo o conforto da cidade, geralmente constroem a mesma com quatro quartos, uma cozinha enorme, sala de visita, sala de jantar e dispensa. Essa é onde guarda a maioria dos “trem”, porque o mineiro não tem coisas, mas sim um monte de trem. 

cozinha principal
Passado algum tempo ele olha e fica pensando o que poderia ser feito para melhor a casa e resolve logo fazer um puxadinho para servir de cozinha, aquela que foi construída acoplada a casa no projeto original  a partir daí se torna um local para ser apreciado de longe. Acredito que  o local passa a ser apenas um caminho de passagem em direção aos quartos. Trabalha duro, levanta cedo, trata das galinhas no terreno e parte pra a lavoura.  

Mas, nada lhe falta,  sua alegria é ver a família feliz. Estou dizendo isso, por que a casa  acima do meu irmão  é um belo exemplo. Já vi outros piores, depois de construir o famoso puxadinho para servir de cozinha constroem um segundo. Curioso mesmo sendo um autentico mineiro se aquilo não seria uma maneira de gastar o dinheiro que estaria sobrando, o mesmo respondeu com um  sorriso malicioso.
J. Araújo

1 de setembro de 2011

>Coisas da roça


Pode parecer repetitivo, mas volto a dizer, nasci na roça, ou no campo, como queiram. Vivo na cidade há muitos anos, e cada dia que passa me surpreendo – motivo de risada – com o desconhecimento da maioria das pessoas da cidade em relação às coisas do campo.

Estou dizendo isso, porque estive de férias e como faço todos os anos viajo para minha terra natal, onde revejo irmãos, parentes e amigos e minha ultima férias não foi diferente. 

Bem, e para mostrar algumas das muitas atividades, resolvi gravar um vídeo em que estou em plena atividade derrubando um pé de banana para colher o cacho em que as bananas já estavam madurando no pé. 

Quando voltei ao trabalho mostrei o referido vídeo para um grupo de amigos, e dentre eles, havia uma moça que pelo jeito deve ter nascido na cidade, pois ao ver a cena da derrubada ficou horrorizada e questionou-me porque eu tinha feito aquilo.

Na hora não entendi muito bem sua postura, ela disse que derrubar o pé de banana era um absurdo, onde já se viu para colher uma fruta ter que derrubar o pé.  Aquilo precisava ser evitado; senti nela “uma verdadeira defensora” do meio ambiente.

Expliquei que na maioria das vezes é necessário devido à altura da bananeira (prata) que o homem não consegue alcançar e, para isso necessita derrubar o tronco. Não importa a qualidade da bananeira, o tronco e as folhas servem como alimento do gado e é uma excelente proteção do solo.

Imagens/ J Araújo
Ela insistia que aquilo não era necessário, o certo era colher preservando a arvore para futuras colheitas. Mal sabia ela, que certas espécies de frutas dão apenas uma em cada pé e a bananeira o abacaxi é um exemplo. 

Como podemos ver grande parte do povo da cidade consome os alimentos e mal sabe como são produzidos no campo. Conheço muitas pessoas que não conhecem um arrozal e tantas crianças e adolescentes que tomam leite e imagina que ele fabricado na caixinha longa vida e, não da vaca que o produzem.

Isso mostra a importância de cada um em seu ambiente; se possível procurar conhecer melhor os produtos da terra, principalmente os alimentos, isso pode ajudar a valorizar e respeitar o produtor rural.

6 de janeiro de 2011

>Viagem de caboclo

Arquivo pessoal
Um dia dexei minha terra uma tanto contra a vontade pra fazê o gosto do fio vim quele pra cidade. Falaro tanto de uma tal metrope disque tudo era bunito de se vê. Era tudo iluminado, até parecia o céu istrelado de tanta luz nada que se comparasse com meu campo quera puro mataréu.

E eu um tanto veio e cansado pensei: vou encará mais esse disafio ... parti de mala e cuia; tranquei os resto dos trem com chave na minha tuia. Quando nóis disinbarcarmo, minha impressão já não foi la muito boa diz que nessa tal metrope se roba e se mata atoa.

Apiamo numa tal rodoviara eu nem cunhicia isso é gente pra todo lado, gente inté, gente sentada, tinha inté gente deitada inté pra andá atrapaia é uma correria só, parece que ninguém trabaia. parece praga, ninguém qué andá a pé é um trombano no outo veio, criança e muié.

Aqui tem cada coisa! cada uma mais istranha; fiquei abismado, tem muié com nome de peixe tem e homem com nome de bicho qui tem lá no meu serrado. A gente num sabe que é, muié que parece home e home quinem muié.

preciso vortá correno pra minha terra de novo. Nunca vô mi acustumá com o jeito desse povo. dispois dessa viaje, precisava com urgença fazê minha necessidades, oi ei pra todo lado vi que nuntinha lugá.

Nun tinha mato, nun tinha moita. Cunvesa vai, cunvesa vem e eu morreno de pressa discubri que precisava entrá num tal de banheiro coletivo pra variá, caquele montão de gente inda tinha qui pagá. Eu achei quera sozinho na hora da gente intrá. Mais o que mim cabrunhou mesmo, foi vê criança pidindo ismola. Num era pra santo ni nhum, mais o que divia mesmo é ta tudo na iscola. Eu mesmo nunca istudei mais sempre iscuto falá, que o Brasil só vai pra frente se as criança de hoje istudá.

Aqui nessa tal metrope rio a gente não se vê quando vê é muito sujo a água num dá pra beber. Diz que é a tal poluição, eu nunca vi falá nisso. Aqui, a agua qui a gente bebe sai de uma tal torneira, no meu sitio num tem isso, ela vem da cachuera. a gente inda fica iscutando um monte de gente falá qui os rio ta morrendo pricisa da gente cuidá. Fiquei matutando comigo mais rio morre. Qui povo ruim, mata inté rio.

Como posso fazê isso pra essa morte invitá...se aquele mundão de gente só sabe as água sujá. Num só um home letrado, mal sei rabiscá meu nome, mais com meu trabaio duro sei qui tô sempre ajundano o brasil matá a fome.

Sei qui já falei dimais. Obrigado\de mim iscutá! Já tô indo vô imbora, aqui num é meu lugá! Se gostô da minha prosa e quisê continuá vai aqui o meu convite. Dexa um pouco essa cidade e vem conhecê meu sitio que é o lugá pra discançá.

J Araújo 21/05/2004

>Herói anônimo

Imagem/googleAssim como todos, o homem do campo também participou ativamente do processo eleitoral e que comemorou Natal e Ano Novo com toda sua simplicidade que lhe é peculiar. Mesmo assim sabe muito bem o que quer dos nossos governantes; até por que nos dias atuais, o homem que cultiva a terra já não é mais aquele desligado do mundo como antigamente. Hoje, a tecnologia permite contato direto com o mundo nos recantos mais longínquos através de vários meios de comunicação. Um dia fiz parte dessa classe dos pequenos, muitas vezes esquecidos. É por tudo isso que eu não poderia deixar de compartilhar com, pequenos, médios e grandes produtores meu reconhecimento; aqueles que não conhecem precisam conhecer melhor o campo para valorizar mais os produtos consumidos na cidade. Afinal de contas, no asfalto nada se produz alem de muito calor; e homem do campo é um verdadeiro herói anônimo.

7 de novembro de 2010

>Exôdo rural


Os primeiros dados do censo 2010, do (IBGE) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nem bem foi divulgado, oficialmente, e já está dando o que falar. O inchaço das cidades tem gerado novos modos de vida, novas formas de circulação e de utilização do próprio ambiente urbano. Este inchaço das cidades pressiona os serviços de saúde, a necessidades da geração de emprego e renda, e aumenta intensamente a quantidade de lixo e os problemas ambientais. A solução não é fácil, mas segundo especialistas, a origem do problema é conhecida: a falta de política pública de fixação do homem na terra.
Perda cultural
"O processo de encolhimento das população rural está significando, conforme o coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas, (Unicamp), Pedro Paulo Funari, a perda ou, ao menos, uma transformação nas tradições rurais. A principal perda, afirmou, é cultural, dos aspectos da cultura imaterial, na forma de festas, procissões e demais atividades que só ocorrem se existe uma comunidade viva.
Para minimizar isso é necessário políticas públicas de incentivo a permanência das pessoas no campo, como a instalação de amenidades urbanas como TV, internet". Concordo com o coordenador, mas acredito que precisa investir também em escolas e centros de saúde na zona rural, por que o homem do campo também mudou seus hábitos, já não toma somente aquele cházinho da vovó como antigamente, hoje ele procura o médico para suas consultas. É uma maneira inteligente de segurar as pessoas no campo, e isso pode ser feito depende da vontade política do governo.

1 de maio de 2010

>O M. S. T. e suas invasões


Há coisas que não podemos aceitar; e o MST (
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), é uma delas. Recebe milhões de reais do governo através de várias Ongs, enquanto outros setores vivem de migalhas. Ocorre porém que esse grupo é uma agremiação clandestina que na maior parte das invasões que fazem em todos os cantos do país, seus integrantes, destroem propriedades, furtam e depredam os locais por onde passam. Nasci e cresci no campo e o verdadeiro homem da roça não comete tais barbaridades. Existem outras maneiras de chamar a atenção da mídia e do governo sem usar de violência.

O MST, na verdade é uma incógnita, ninguém sabe pra que serve a não ser usado politicamente pelos espertos de plantão que usam pessoas simples do povo, como massa de manobra, para atingir suas metas. Uma das cenas revoltantes, entre tantas outras mostradas, foi aquela em 06/10/2009, que utilizaram um trator para destruir uma plantação de laranja na divisa dos municípios de Iaras e Lençóis Paulista no interior de São Paulo. A maioria das lideranças são terroristas disfarçados de trabalhadores rurais que usam como munição os pobres sem terras.

Legalmente o MST não existe, e se não existe por que o governo repassa dinheiro para ele? Por que será que as lideranças do movimento nunca quiseram registrar em cartório a criação deste que é hoje uma das grandes forças de mobilização rural. As associações, sindicatos e sociedades sempre que surgem, a primeira coisa que seus fundadores fazem é registrá-las em catório; com o MST não foi assim. A quem intessa?
Veja o vídeo;



23 de dezembro de 2009

>Circuito turístico

Arquivo pessoalComo não podia deixar de ser nos ultimos dias parti para as serras de minas. Afinal, como se diz, meu umbigo está enterrado nessas paragens.
Aqui me sinto em meu habitat natural.

Casa do mel em Cachoeira, MG. Tem, além de mel, uma variedade de licores. Com o atendimento simpático da jovem Emily abaixo.

8 de outubro de 2009

>Estuprando a lavoura

As cenas que foram mostradas pelos jornais e TVs são simplesmente revoltantes. Estou me referindo não ao assassinato de uma pessoa, mas de parte de uma plantação de laranja. Aquilo não pode ser de pessoas que se dizem cultivadoras da terra. Quem gosta de cultivar não comete uma barbárie daquela.
Um grupo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST) ocupou e destruiu no ultimo dia 06/10/09, parte de uma plantação de laranja de uma fazenda usada pela multinacional brasileira Cutrale, a maior exportadora mundial de suco de laranja.
A fazenda fica no município paulista de Borebi, a 300 quilômetros de São Paulo, e segundo o MST, ocupa terras do governo federal. Não sou autoridade em nada, nem ao menos conheço o município citado. Se a multinacional ocupa terras da união, que seja questionada na justiça pelo movimento e não através da violência destruindo propriedades a bel prazer.
Cerca de 350 famílias pertencentes ao MST ocupam a fazenda desde 27 de setembro. O interessante de tudo isso é que o (MST) não é nem ao menos uma pessoa jurídica. É apenas um grupo que a meu ver se tornou nos últimos anos uma seria ameaça. Seus ideais foram nos últimos anos desvirtuados. O Brasil tem sim muita terra e precisa ser distribuída, mas que seja para o homem do campo que quer apenas cultivar a terra e não destruir o que já foi plantado. Não importando se multinacional ou não. O verdadeiro homem do campo não destrói.
Seus lideres na verdade não é nenhum sem terra, mas sim, pessoas que usam os verdadeiros “sem terras” como massa de manobra. O pior de tudo isso, é que o dinheiro usado para esse terrorismo todo vem do caixa do próprio governo. Isto é, nosso dinheiro. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, lamentou a destruição com tratores das plantações, cuja produção era destinada para os mercados dos Estados Unidos e Europa.

28 de agosto de 2009

>Picada de cobra

O fato ocorreu nos pés daquela montanha
Não sei se os leitores terão paciência. Como já disse em outras oportunidades sou um autentico caipira. E como tal tenho minhas histórias pra contar. Não somente os caipiras têm história, todos nós temos histórias pra contar. Só que as histórias das pessoas das cidades são diferentes das nossas. Nossas histórias, na maioria das vezes não têm a violência como tema central. Nossas histórias o maximo que pode acontecer é o personagem estar armado com uma espingarda daquelas de carregar pela boca e não as metralhadoras usadas nas histórias urbanas. Hoje sou um caipira que conhece os dois lados, as histórias pode ser diferentes, mas ainda existem pessoas que infelizmente continuam cheios de preconceitos com os costumes do homem do campo. Os interessados na leitura clique aqui.

Sempre temos medo de alguma coisa; tenho um medo enorme de cobra. Quando falo isso, as pessoas me perguntam por que esse pavor todo. Não que eu tenha sido picado, isso não aconteceu comigo. Mas tive um irmão que esteve à beira da morte por causa de uma picada de cobra. Naquela época, eu era bem jovem ainda. Certo dia ele estava em um local juntamente com vários outros trabalhadores em uma região montanhosa onde tudo aconteceu. Trabalhava fazendo um roçado para plantação.

Meu irmão sempre foi uma pessoa forte, naquele dia teve que sair mais cedo do trabalho. Estava sentido dor de cabeça, deve ter sido provocada pela picada da cobra. Claro, até aí ninguém sabia do fato. Meu irmão resolveu vir embora pra casa, mas cedo. Se estive com a saúde perfeita gastaria o Maximo uma hora pra chegar, acabou levando mais de três. No caminho de volta, segundo ele contou depois, sentia as vistas escurecer.

Imagem google
Sua perna direita ficou tão inchada que não coube na calça que vestia. A tarde quando todos retornaram pra casa meu tio por curiosidade foi ver sua perna. Ao examinar com mais detalhe pode perceber que se tratava de picada de cobra. Pela marcas deixadas dava para perceber o tamanho da cobra. Prepararam vários emplastros, aquelas coisas bem caseira mesmo. Naquela noite meu irmão não conseguiu dormir. Ele gemia de dor. Nossa mãe ou foi varias vezes em nosso quarto.

Não tínhamos, naquela época, energia elétrica, a iluminação era feita a base de lamparina de querosene. Era uma época muito difícil em termos de recursos materiais. Em uma dessas idas de nossa mãe no nosso quarto, descobriu-se que meu irmão estava sangrando as gengivas, e todos os arranhões naquele momento sangrava. Seu quadro clinico era desesperador.

O dia amanheceu meu irmão não tinha forças de sair da cama. Existia um farmacêutico em um local distante. Meu tio, foi até o pasto, laçou um cavalo e saiu correndo pra lá a procura de recursos. Meu irmão estava à beira da morte. Conseguiu encontrar o farmacêutico e contar a história pra ele que atendendo ao pedido disse pra meu tio retornar o mais rápido possível que ele usaria o jipe para chegar até bem próximo. Por que meu tio teria que aguardar ele no ponto aonde nem mesmo o jipe naquela época chegava.

A partir daquele ponto o profissional da saúde deixou seu veiculo e montou em um cavalo. Enquanto isso, meu tio, segurava no rabo do mesmo enquanto o cavalo subia o morro. Chegando a nossa casa meu irmão foi medicado com o soro antiofídico. O médico, ou farmacêutico, como queira, por que pra nós naquele momento toda ajuda era bem vida, não importava de onde viesse disse que a chance daquele medicamento surtir efeito era mínima pelo fato do tempo que havia acontecido o incidente. Já havia passado mais de quinze horas. Lembro ainda que naquele tempo não existisse as agulhas descartáveis. Era usado um sistema de caixa com agulhas que era fervida em água quente em sistema de fogareiro em que se utilizava álcool para fazer fogo.

Medicação administrada, agora era esperar o resultado, ficamos contando as horas. Naquela noite, podíamos perceber a olhos vistos a melhora do meu irmão. Com o passar dos dias a perna desinchou, ficando toda roxa, era como se tivesse sido queimado. Aquela pele começou a se soltar como a própria cobra trocando de pele. Era horrível. Nesta época, tinha um homem chamado Sergio, era uma pessoa mística, mago, feiticeiro, sei lá. Morava em uma região distante, mas era amigo da família. E sempre que passava por lá às vezes ficava dois ou três dias em nossa casa.

Quando ficou sabendo do ocorrido disse que ia matar a cobra. Pensávamos que ele ia até o local procurar; nada disso ocorreu, disse que ia matar a cobra através de orações. Ajoelhou em frente ao meu irmão e colocou a mão direita no local da picada e começou a rezar em voz baixa. Pra ser mais exato ele apenas rezava somente no pensamento, pra ele mesmo. Ao termino disse: vai a um local, onde tem uma pedra, um troco podre e lá estará uma cobra morta. Isso tudo sem ao menos conhecer o local onde havia acontecido. No dia seguinte meu tio foi até o local indicado acompanhado do nosso pai. Lá chegando toda a cena descrita estava exatamente como o mago, místico sei lá havia descrito.

Com medo cutucaram a cobra para ter certeza e realmente a mesma estava morta e meu irmão se recuperando. Tem certas coisas que acontece em nossas vidas que é muito difícil descrever, outras vezes temos medo de sermos ridicularizados. Mas o Sergio era uma pessoa especial pra todos que o conhecia. Um dia a morte o levou. Eu e meu irmão como personagens dessa história ainda continuamos vivos enquanto a maioria dos demais participantes ativos já se foram. Eu! Ah, eu continuo tendo medo de cobra...
(a) J Araújo

19 de maio de 2009

> Realidade ou ficção!

Imagem/web
Hoje, bateu a saudade de olhar para o céu e ver a lua brilhar. Parei pra pensar e percebi que na cidade não temos o habito de levantar a cabeça e apreciar a beleza da lua, das estrelas menos ainda.

Lembro que no sitio ficávamos contando os dias para a chegada da fase da lua cheia, a mais esperada. Ela proporcionava as melhores noites para percorrer longas distâncias aproveitando sua claridade prateada. Aqui na cidade não temos tempo, e a luminosidade desse astro passa despercebida devido à iluminação artificial, enquanto no campo suas fases são acompanhadas com muito interesse pelos moradores.

Segundo a lenda ou tradição, a lua tem cada uma de suas fases indicadas pra tudo; colheita, plantio, pesca colocar os ovos das galinhas pra chocar, cortar o cabelo; enfim, a lua rege o dia a dia da população que vive no campo. Ela e suas fases têm lá seus mistérios que sempre encantou o homem ao longo dos séculos e continua encantando; tanto é verdade, que o homem do campo em sua maioria, nunca acreditou em sua conquista pelos astronautas americanos nos anos sessenta.


Melhor assim, senão perderia a graça e o encanto que já inspirou muitas serenatas nas janelas da amada e embalou muitos corações com seu romantismo e seu ar misterioso. Se não fosse assim tudo acabaria em frustração.
(a) J Araújo

23 de janeiro de 2009

Conversa entre amigos

Um dia fui convidado por um amigo para tomar um copo de leite, isso mesmo, um copo de leite. Você deve estar achando estranho alguém convidar você para tomar um copo de leite. Estava passando bem na hora da merenda escolar em uma sala improvisada no local de trabalho onde esse meu amigo estudava. Ele está em um curso de alfabetização para adultos; um senhor já de idade bem avançada, com uma grande vontade de aprender.

Travamos ali uma conversa animada com a participação efetiva da professora e outros alunos, relembrei quando vivia na roça, - pra quem não conhece, zona rural - a maneira como, a maioria de nós, tomávamos leite.  Usávamos sal enquanto a maioria usava açúcar. Falei, ainda da vida simples e como éramos felizes assim mesmo. Não tínhamos fogão a gás nem geladeira, mas nada se perdia.

Na falta da geladeira, e com uma grande quantidade de carne de porco produzida ali mesmo no sítio, minha mãe fritava toda aquela carne com a ajuda de vizinhos e guardava entre a própria gordura produzida.  Isso durava por longos meses como conserva, na hora do almoço ou jantar era só esquentar e saborear aquelas delícias de mistura.

Pude perceber que nesse bate papo despretensioso, ali havia pessoas que um dia também já viveram a mesma experiência.

Produzíamos quase tudo que consumíamos, comprávamos sal e macarrão. Naquela época não tínhamos luz elétrica e nossa iluminação era à base de lamparina, mesmo assim sobrevivemos a todas as dificuldades e estamos todos vivos (7 irmãos) para contar um pouco da história.

Hoje parece que foi dia de relembrar um passado não muito distante, ao lado de outros amigos de trabalho. Em outro momento estávamos observando os passarinhos se alimentando com frutas colocadas para os mesmos.  Pássaros soltos que vivem sem muita alternativa de sobrevivência nas grandes cidades. Precisamos zelar pela natureza e ensinar a essa geração que muitas espécies não poderão ser mais vistas no meio ambiente em que vivemos.

A conversa rolava solta quando relembramos de várias delas que se extinguiram ou estão à beira da extinção. Eu disse a esse amigo que tive a oportunidade, ele também teve, de conhecer soltas na natureza diversas espécies hoje quase inexistentes, onde existia,  não existe mais por falta de consciência e a grande devastação de seu habitat restou apenas uma enorme degradação do meio ambiente muitas vezes irrecuperável.

Talvez seja eu um saudosista, mas confesso que vivi uma época em que presenciei a destruição de grandes florestas. A natureza até hoje batalha para sua recuperação, os animais estão retornando e aos poucos, aqueles que conseguiram escapar da sanha do homem hoje estão retornando para alegria dos preservacionistas. Não sei até quando podemos viver em harmonia com o meio ambiente; mas precisamos aprender a respeitar o meio em que vivemos tão maltratado e poluído, tudo isso feito em nome do progresso.

Parece-me que hoje já estamos vendo um maior investimento nesse sentido. Rios onde antes existiam peixes veem hoje o esgoto correndo sem nenhum tipo de tratamento, não merecemos tanto descaso das autoridades deste país que pouco fazem diante de tudo que é arrecadado de cada um de nós.

Mas voltando ao assunto, me orgulho de ter nascido em meio à natureza e poder observá-la de perto, os chupins é um caso a parte, como são exploradores, acho que os políticos aprenderam com eles. Diversas vezes deparei com os mesmos destruir os ovos do tico-tico fêmea e substituir pelo seu.

Um dia resolvi fazer justiça com as próprias mãos, descobri uma fêmea de chupim procurando um ninho, fiz o que ela sempre fez com sua escrava, antes que chupasse os ovos retirei-os e protegi. Aguardei pacientemente sua volta à casa alheia, quando a colocou seus ovos providenciei a troca, no outro dia repeti a operação; assim evitei a exploração mais uma vez de um pássaro inocente e indefeso que na maioria das vezes mesmos vendo a diferença de cor trata aquela enorme ave que prolifera à custa do trabalho escravo. Temos muitos chupins entre nós mesmo não ocupando nossos ninhos. É a natureza ditando as regras.
J.Araújo

27 de dezembro de 2008

>Natal simplesmente

Arquivo pessoalLembro-me dos natais passados na terra onde nasci. Tudo muito simples, não existia o burburinho dos grandes centros, a criançada não exigia presentes. Não fazíamos, até hoje não se faz a Céia de Natal.

O que fazíamos era assistir a 'Missa do Galo', símbolo do Natal. Véspera era dia das mulheres ir para o forno, claro, forno de lenha preparar deliciosos pães, bolos, biscoitos e muitos doces feitos na ante-véspera. Também era tempo de oração e agradecimento.

No dia de Natal, o aniversariante era verdadeiramente festejado, as famílias preparavam um grande almoço, com todos reunidos, em torno de uma grande mesa de madeira, não sem antes agradecer os alimentos servidos.

Nos dias atuais, as pessoas pensam em ganhar presentes. As crinças são influenciadas pelos anúncios nas tvs a pedir para os pais comprarem os brinquedos mais modernos.

Naqueles tempos, quando ganhávamos algum brinquedos eram artesanais, os meninos ganhavam carrinhos de madeiras e as meninas bonecas de panos. Assim era meu natal!!

7 de novembro de 2008

>Tradição mineira

 Doce de goiaba
 Biscoito de polvilho caseiro direto do forno

O mineiro com toda sua calma, montado, em seu cavalo guiando com paciência. Ou será o contrario? Sendo guiado pela junta de bois, já que não tinha o candieiro. Bom, quem não sabe, candieiro é aquele que vai na frente guiando os bois. Na região ainda se utiliza muito o carro de boi para transportar a produção em locais aonde é impossível o acesso de caminhões e outros meios de transporte, devido o terreno acidentado. É a tradição, ainda, presente em nossos dias mesmo com toda tecnologia. Esse hábito torna a vida cheia de nostalgia, é como se o tempo não passasse.

17 de outubro de 2008

>Café do Brasil

Imagens/J. AraújoA região de Araponga produz um dos melhores café do Brasil. Aqui, funcionários da usina de torrefação ensacando e pesando o produto para ser transportado. Enquanto o produtor, meu irmão, este sem camisa confere os detalhes.
Eu, de férias na região,( na farra do café),resolvi mostrar minhas habilidades; torrar o produto de forma bem artesanal como nos velhos tempos. Tem que saber dar o ponto exato, para que tenhamos um café com sabor,  preservando suas características.
Veja imagens abaixo.

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