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13 de setembro de 2013

O inferno é aqui

                                            Imagem histórica
Acabei de ler o livro reportagem, “Holocausto Brasileiro”, da jornalista Daniela Arbex. A publicação conta com detalhes o que se passava no complexo psiquiátrico, um dos maiores do Brasil, uma construção do inicio do Século XX, na cidade de Barbacena, conhecida como Colônia, localizada na Zona da Mata mineira. Eu, particularmente, conhecia alguns relatos da historia do lugar desde criança. Porém, a autora conta com riqueza de detalhes, com fotos de arquivos, depoimentos de sobrevivente e de pessoas que de alguma forma conviveram com o drama daquela gente esquecida pela sociedade.  

Uns poucos deles, hoje ainda vivem em casas de apoio onde recebe a devida atenção e respeito que tiveram quando hospitalizado. Mesmo sendo vítima de um modelo ultrapassado de "tratamento" alguns resistiram. Do lado de fora, poucos se sabia o que acontecia atrás dos muros daquela instituição centenária acontecimentos que abrigava gente, muitas vezes colocadas ali à força que ficava sobre a tutela do estado. 


Lembro mesmo morando distante a fama do hospício, que corria longe, com suas historias macabras. A maioria das pessoas que iam, ou melhor, eram levadas pra lá, a maioria não retornava.  Nos dias atuais existem, ainda, alguns pacientes sobreviventes que, mesmo passando por toda sorte de maus tratos, pra não dizer torturas, são testemunhas vivas de uma triste pagina da história de um dos maiores e mais famosos manicômios brasileiros. 

Se quiséssemos amedrontar alguém bastava citar o nome da cidade de Barbacena, que passou a ser sinônimo de loucura.  De lá saia cargas de corpos para ser vendidos como se fosse a coisa mais natural do mundo. As pessoas tinham medo o manicômio também era conhecido como o inferno na terra. Tem uma entrevista da mesma ao programa provocações da Tv Cultura.

(a) J Araújo

3 comentários:

  1. Olá J.Araújo, a Daniela Arbex é uma competente e conceituada repórter.
    Abraços.

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  2. Caro Araújo,

    Você talvez já tenha ouvido falar em JUQUERI, TELHADÃO, são hospitais psiquiátricos famosos no Estado de São Paulo. Hospital do jeito que eu conheci quando estudei enfermagem, já começava a ser humanizado, mas conheci dentro deles as antigas salas de " cura dos loucos", local onde os "surtados" ou "agudizados" eram amarrados em macas metálicas e aí tomavam "choques elétricos" diretamente nas têmporas. Há pouco tempo, filha de pessoa do meu convívio familiar anterior a atualidade, foi internada num hospital em RIBEIRÃO PRETO, que ainda utiliza esse método sob a supervisão de neurologista e psiquiatra. Essa pessoa já tentou suicídio várias vezes, sem sucesso, mesmo porque o doente psiquiátrico quer chamar a atenção, então, faz várias tentativas, e imediatamente pede ajuda, na verdade não quer morrer e acaba sofrendo as consequências!

    Eu há pouco tempo conheci uma mulher de 42 anos que bebeu SODA CÁUSTICA, dois copos foram suficientes para passar por cinco cirurgias de alto risco, apodrecer língua, esôfago e estomago, ficar na UTI por três meses, e finalmente ir a óbito. Isso é muito triste não é?

    Ao mesmo tempo conheci um rapaz de 28 anos, mecânico de ônibus que enquanto estava a procurar o defeito e consertá-lo na oficina da empresa de transporte onde trabalhou, simplesmente inexplicavelmente o ônibus ANDOU passou por cima de seu tórax > teve um pulmão dilacerado pelas costelas, fígado estraçalhado, mesmo assim os médicos fizeram de tudo para salvar sua vida. Mas foi inútil, foi a óbito deixando uma filha de 01 anos e esposa.

    Toda essa história para chegar a concluir que a vida humana é vulnerável, devemos cuidar de nossos doentes, e daqueles que não são tanto quanto, porque tudo passa muito rápido.

    Com abraço, Sonia, bj.

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  3. Oi,
    gostaria muito de obter esse livro.Venho de uma regiao do nordeste de minas onde as pessoas inconvenientes a sociedade eram levadas pra la...vi muitos vizinhos,conhecidos serem transportados,ou seja,ouvia que seriam tranportados pra Barbacena.Naquela epoca nao se explicava muita coisa a criancas e assim eu fica a matutar o que fariam com aquelas pessoas "loucas".alguns voltavam ,outros nao.Um conhecido nosso era encarregado da prefeitura de encher a combi ,"sanear" e leva-los p tratar como diziam os mais velhos.Hoje sei o que acontecia na verdade la...
    Como auxiliar num asilo de deficientes aqui na alemanha aprendi a entender e a tratar essas pessoas chamadas de doidos... e aprendi a ama-los.Parabens a essa autora.Mas e triste,muito triste...
    Bom fim de semana pra vc.bju.Luciene.

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