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10 de julho de 2017

Ruínas de um passado


Fazenda Jambeiro, em Campinas, foi criada a partir da divisão de terras da "Sesmaria Sete Quedas" de José Rodriguez Ferraz do Amaral, que tinha vindo de Itu-SP, para trabalhar como coletor de impostos em Campinas, e após sua chegada comprou de um fidalgo português a concessão destas terras.

Criada por Thereza Miquelina Pompeu do Amaral (filha mais velha de José Rodrigues), após o falecimento desta em 1881, foi herdado por Antonio Pompeu de Camargo, que veio a falecer 3 anos mais tarde em 1884.

Posteriormente a fazenda foi adquirida por Herculano Pompeu de Camargo (filho mais novo de Antonio Pompeu de Camargo) que comprou a parte dos herdeiros em 1885, atingindo 90 mil pés de café.

Herculano dispensou seus escravos bem antes mesmo da libertação oficial dos mesmos e passou a utilizar mão de obra de colonos europeus que havia chegado ao Brasil.

Esse proprietário construiu a requintada casa-sede no ano de 1897, com um projeto de inspiração francesa feita pelo arquiteto campineiro Francisco de Paula Ramos de Azevedo que possuía requintes como iluminação de gás acetileno em seus cômodos, água corrente e rede de esgotos, linha telefônica, pintura em tromp l'oeil nos salões internos, revestimentos em azulejos franceses, pisos hidráulicos belgas e um riquíssimo lustre em seu salão principal.

Em 1914, essa fazenda pertencia a José de Queirós Aranha, e tinha uma área de 70 alqueires de terras e mais de 100 mil pés de café. Nos idos dos anos 20, Giuseppe Tiziani, adquiriu a Fazenda, permanecendo até os anos 40 como proprietário.

Em 1950 era do empresário americano John Edward Hoen, e passou para a produção de algodão. Este veio a falecer junto com o seu sócio brasileiro em um acidente de avião.

Em 1960, passou a ser propriedade de Maria de Lurdes da Silva Prado, que ao falecer ficou como herança para sua filha Maria Silvia da Silva Prado que não tinha interesse pela Fazenda Jambeiro e imediatamente colocou as terras para serem loteadas, e assim surgiu o loteamento conhecido como Parque Jambeiro.

Foi ela também que determinou a demolição do Casarão sede, porém após ter derrubado várias paredes e arrancados portas e janelas foi flagrada por fiscais que embargaram a demolição sob pena de multa.

A partir de então o Casarão passou para a administração da Prefeitura Municipal de Campinas, como acerto de pagamentos de impostos atrasados, e foi então que entrou em processo de degradação com a queda dos telhados, demolição parcial de outras paredes feitas pelos próprios funcionários da Prefeitura, hoje se encontra em estado de abandono total e sem verbas para a manutenção deste patrimônio histórico que a cada dia que passa vai s degradando e perdendo um marco da história.

Tombada pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) com a finalidade da reforma do lendário casarão do atual Parque Jambeiro, destinando o espaço a um centro de cultura para a população. Álbum aqui!

(a) J Araújo


2 comentários:

  1. Ruína impressionante é pena que perdeu o seu glamor
    abraço

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  2. Que pena, um edifício com algum passado histórico... e económico... visto isso, até teve algum impacto na economia local no passado, se encontrar ao abandono...
    Certamente seria um aproveitamento excelente para um centro de cultura... talvez um dia o projecto vá avante!
    Abraço! Boa semana!
    Ana

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