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26 de novembro de 2021

Foi exatamente assim que vivi minha infância

Imagem: arquivo pessoal 

Vamos relembrar um pouco o passado?....leiam isto e comentem e com certeza vão sentir vontade de repassar....é muito legal!! Nasci e morei minha infância não em um bairro como a maioria tem postado. No meu caso nasci na roça mesmo no estado de Minas Gerais, município de Araponga.

Naquela época não tínhamos esse negócio de bolsa família, bolsa isso,  bolsa aquilo.... a escola era rural, isto é, na roça mesmo, não tínhamos uniformes e o material escolar era comprado pelos nossos pais, não tínhamos celular...pra falar a verdade não fazíamos pesquisas porque também não tinha biblioteca enciclopédia menos ainda. 

Os trabalhos escolares eram escritos à mão, na folha de papel almaço, ilustração a mão, a capa era feita com papel sulfite. Sempre tinha dever de casa pra fazer, era assim o que se chama hoje de lição de casa. Educação Física era de verdade a gente ainda andava de a pé um longo caminho.

O que mais marcou é que todos os  dias fazíamos uma oração antes de começar as aulas. Cantávamos o Hino Nacional com hasteamento da bandeira no pátio, (no meu caso não tinha pátio, mas o terreiro, (quero deixar claro que o terreiro aqui se refere ao patio que os outros tem citado), antes de ir para a sala de aula. 

Aliás, quando a professora entrava na sala, todos levantávamos em sinal de respeito, até ela mandar sentar. Aqui no caso é igual! Na escola tinha o Gordo; a Magrela; a branca azeda; Quatro Olhos; a Baixinha; Olívia Palito; o Palitão; o Cabelo Bombril; o Negão; Piriquito; Narigudo e por aí vai... 

Todo mundo era zoado, às vezes até brigávamos, mas logo estava tudo resolvido e seguia a amizade... Era brincadeira e ninguém se queixava de bullying, (ah, aí inventaram, existia o valentão, mas também existia quem defendesse. 

O lanche era levado na merendeira, (comigo, muitas vezes era marmita mesmo), raramente tinha dinheiro, quando tinha comprava uma bala Banda na cantina....na minha escola não tinha essas coisas. Época em que ser gordinho (a) era sinal de saúde e se fosse magro, tínhamos que tomar o Biotônico Fontoura 🤢. A frase "peraí mãe " era para ficar mais tempo na rua (eu não tinha rua, morava na roça), e não no computador ou no celular...

Colecionava-se figurinhas, bolinha de gude, papéis de carta, selos! Essas coisas eu nem conhecia. brincava de "bilisca" que consistia em doze pedrinhas esparramadas no chão. As brincadeiras eram saudáveis, brincávamos de bater em figurinhas (bafo) e não nos colegas e professores. 

Amava quando a professora usava mimeógrafo e aquele cheiro do álcool tomava conta da sala passei a me contentar com o cheiro por isso nunca gostei de bebidas alcoólicas. Na rua era jogar bola, jogar peão, queimada, garrafão, pular elástico; salada mista, esconde-esconde, polícia e ladrão; andar de bicicleta ou carrinho de rolemã; empinar pipa; e ficar na rua até tarde. Essas coisas era pra vocês da cidade. 

Eu brincava de 'jogo de belisca, par ou ímpar, esconder, nadar nos açudes e tomar banho de cachoeira. Comia na casa dos colegas e quando entrava tomava esporro por isso 🤦‍♂️🤦‍♂️🤦‍♂️ Não importava se meu amigo era negro; branco; pardo; rico; pobre; menino; menina, todo mundo brincava junto e como era bom. 

Bom não, era maravilhoso! Assistia Pica-Pau; Tom e Jerry; Pantera Cor de Rosa; Papa Léguas; Sítio do Pica-Pau Amarelo; Corrida Maluca, Caverna do Dragão, Thundercats, Ultraman,e vários outros...

Essas coisa aí de cima são pra vocês da cidade. Eu mal tinha rádio, daí ia na casa do vizinho ouvir programas de rádio à noite. Que saudades desse tempo em que a chuva tinha cheiro de terra molhada! Época em que nossa única dor era quando passava Merthiolate nos machucados 😊.

No meu caso (rsrsrs), passava caldo de fumo de corda mesmo. Felizes em comparação com esse mundo de hoje onde tudo se torna bullying, geração do mimimi, que acha que o mundo está devendo a eles. 

Nossos pais eram presentes, mesmo trabalhando fora o dia todo, educação era em casa, até porque, ai da gente se a mãe tivesse que ir na escola por aprontarmos. Nada de chegar em casa com algo que não era nosso, desrespeitar alguém mais velho ou se meter em alguma conversa. Xiiii... Era um tapa logo ou só aquele olhar de "quando chegar em casa conversamos ( já sabia que iria apanhar 🙈)", não tinha ninguém traumatizado, por causa disso acabei ficando com um sequela chamada

EDUCAÇÃO. Tínhamos que levantar para os mais velhos sentarem. Fico me perguntando, quando foi que tudo mudou e os valores se perderam e se inverteram dessa forma? Subir na traseira dos caminhões; (no meu caso também não tinha caminhões, era na garupa di cavalo mesmo), apertar campainha das casas e apartamentos 🙋‍♂️🙋‍♂️🙋‍♂️ e sair correndo... era o máximo da travessura.

Pra mim tinha que chamar o nome do dono da casa mesmo. No meu caso, o máximo que fazíamos era "furtar frutas" pra comer sem pedir para o dono. Se você também é dessa época, copie e cole no seu mural, mude o que for necessário. 

Foi exatamente assim que vivi minha infância. Claro que tive um sorriso no rosto enquanto escrevia esse texto e relembrei de vários bons momentos... 

Quanta saudade, quantos valores, que para esta geração não vale nada! Grato por tudo que vivi e aprendi. Quero registrar aqui também que no último ano do meu ensino primário eu tinha que levantar 5:00 da manhã e caminhar 9 quilômetros somente de ida todos os dias. Hoje dou graças a Deus por isso. Obs: Foi exatamente assim

Um comentário:

  1. J Araújo, lindo relato, embora eu tenha vivido de forma inversa, pois cresci aqui mesmo na minha capital paulistana, mas também pelo tempo de vida que tenho, 72 anos bem vividos por ter sido educada nos tempos bons, em boas escolas públicas,( pois bem sabes que, antigamente se ensinavam e eram todos muito bem educados, tanto na roça quanto na cidade), isso é o nosso princípio, tens boa índole, eu também, ainda bem, por isso mesmo que podemos seguir em frente, com essa alegria com o orgulho de poder escrever essas maravilhas, amei ler e deixo aqui o meu carinho!
    Abraços apertados!

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