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Anton era judeu e dono de uma das padarias mais conhecidas da Alemanha. Sempre que alguém lhe perguntava como havia conseguido sobreviver ao Holocausto, ele respondia com uma lembrança que deixava todos em silêncio:
—
Quer mesmo saber por que estou vivo até hoje?
Quando
eu era apenas um adolescente, fui colocado em um trem lotado a caminho de
Auschwitz. Ficamos dias inteiros sem comida, sem água, sem cobertas. Do lado de
fora, a neve caía sem parar, e por dentro o frio era tão cortante que parecia
atravessar os ossos. A cada instante, a morte parecia estar ali, ao alcance da
mão.
Ao
meu lado, um homem idoso tremia sem descanso. Eu também estava gelado, quase
sem forças, mas segurei as mãos dele entre as minhas, esfreguei seu rosto, suas
pernas, abracei-o durante toda a noite. Sussurrei palavras de ânimo, pedi que
não desistisse, que aguentasse só mais um pouco.
Quando
a manhã chegou, vivi um choque que nunca esqueci: todos naquele vagão haviam
morrido de frio. Todos… menos nós dois. Ele resistiu porque eu o aqueci. E eu
resisti… porque tinha alguém para aquecer e ele também me aqueceu.
Então
Anton sempre concluía com firmeza e ternura:
—
O segredo da vida está em aquecer o coração dos outros. Quem aquece, também se
aquece. Quem ajuda alguém a viver… descobre a razão para seguir vivendo.
Isso
é bíblico, no livro de Eclesiastes (4:10)
"Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a
levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!
E diz ainda no versículo (11) "E
se dois dormirem juntos, vão manter-se aquecidos. Como, porém, manter-se
aquecido sozinho?" Isso quer dizer que sempre dependemos um do outro.
Pense nisso!
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