Era uma casa modesta, Porém tinha ares de festa, Um quartinho com janela, Para espiar a paisagem bela. Uma sala com varanda, Para o pôr do sol venerar, Crianças a brincar de ciranda, E cirandinha a cantar. Era só uma velha casinha, Mas era rica pra nós, entre flores e batatinhas, Milho, feijão e arroz. Não havia montes nem serras, Não havia praia nem mar, Mas era linda minha terra, Até onde os olhos pudessem alcançar. Comida não nos faltava, Embora a mesma fosse escassa, Mas essa boa terra nos dava, Frutos da mata, peixes e caça. Mato grosso, grosseirão, Como o próprio nome já diz tudo, Mas mora no meu coração, Esse lugar foi meu mundo. Nós pequenos, mas felizes, éramos como se fossemos donos, Destes prados, dessas matizes, Da lua que clareava o terreiro: Do silencio que embalava nosso sono. Éramos senhores absolutos, Daquele pequeno reinado, Hoje só resta chorar o luto, Sobre o pó do passado. Autora: Sandra M. Costa